Transportes e economia

No dia 27 de fevereiro de 2025, será realizado o leilão para a concessão da principal rodovia de Rondônia, um projeto que promete investimentos de R$ 10,2 bilhões ao longo de 30 anos. Mas, afinal, o que isso significa para motoristas, empresas e a economia local? Vamos explorar os principais pontos desse projeto e seus impactos.

O Que Está Previsto na Concessão?

A concessão da BR-364 será a primeira na história do estado e abrangerá 721,07 km de rodovia.

Entre as principais melhorias previstas estão:

Duplicação de 107,57 km (trecho entre Porto Velho e Vilhena);

Implantação de 190,59 km de faixas adicionais;

Construção de 17,79 km de vias marginais;

Criação de 24 passagens de pedestres e 24 passagens de fauna;

Revitalização do contorno de Ji-Paraná e acessos ao Porto Novo;

Instalação de sete praças de pedágio ao longo da rodovia.

O projeto também prevê melhorias na sinalização, manutenção da rodovia e serviços operacionais, totalizando um investimento de R$ 7 bilhões em obras e R$ 3,9 bilhões em operação e manutenção.

Como Será a Cobrança de Pedágio?

O valor inicial da tarifa básica do pedágio será de R$ 0,15 por km rodado. Na prática, isso significa que:

Motoristas de carros de passeio gastarão cerca de R$ 113 para percorrer a BR-364 entre Porto Velho e Vilhena (ida e volta);

Caminhoneiros com veículos bitrem poderão pagar até R$ 2.000 por viagem, aumentando o custo do frete em aproximadamente 2%.

Impactos Para Rondônia

A concessão promete trazer melhorias significativas na infraestrutura da BR-364, beneficiando o agronegócio e a segurança viária. No entanto, também levanta preocupações sobre o custo adicional para motoristas e empresas.

Benefícios Esperados:

Redução de acidentes devido às melhorias estruturais;

Maior fluidez no trânsito, principalmente nos trechos de maior congestionamento;

Melhor conservação da rodovia, evitando buracos e outros problemas comuns.

Críticas e Contestações:

Apesar das promessas de melhoria, muitos motoristas consideram a cobrança de pedágio uma espécie de "IPVA duplicado", já que o imposto veicular deveria garantir a manutenção das estradas. Também há insatisfação com a duplicção de apenas 107,57 km, considerada insuficiente para a demanda da rodovia, que registra cerca de 1,1 milhão de usuários regularmente.

O Que Esperar do Futuro?

Com a privatização, a BR-364 pode se tornar uma rodovia mais moderna e segura. No entanto, o impacto financeiro para quem depende da estrada será um fator decisivo para medir o sucesso dessa concessão.